quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Graveola e o lixo polifônico


Graveola e o lixo polifônico é um bom exemplo da mistura refinada que constitui a música brasileira. Irreverentes e atrevidos, múltiplos e desajeitados, seu trabalho é uma oficina de experimentação, uma caixa de possibilidades poético-sonoras. São improvisadores capengas, falsários poliformes: tudo é referência na colagem musical onde descontrole e acaso vêm à tona e gritam por espaço. É a estética do plágio, o humor levado a sério. Reciclar o lixo, misturar o fino e o grosso a ponto de torná-los indistinguíveis.
Do sotaque refinado do samba e da MPB ao amaldiçoado kitsch do axé e do sertanejo, o lixo polifônico sequestra a legibilidade vomitada do pop e incorpora tudo ou qualquer coisa como ferramenta sonora. Do lirismo ao escracho, os sentidos multiplicados, ou a total falta de sentido. Pianolas e apitos de brinquedo, utensílios domésticos: a idéia é deglutir e incorporar a tudo e a todos sem distinções. Implosão de rótulos, aproximações insólitas, absorções irresponsáveis: é a fertilidade do lixo “em que se plantando, tudo dá”. (Fonte: Graveola.com.br)

Integrantes:
Flora Lopes
João Paulo Prazeres
José Luis Braga
Luiz Gabriel Lopes
Marcelo de Podestá
Yuri Vellasco


01. outro modo
02. suprasonho
03. samba de outro lugar
04. antes do azul (papará)
05. amaciar dureza
06. ensolarado
07. dois lados da canção
08. do alto
09. o quarto 417 (as aventuras de dioni lixus)
10. benzinho
11. insensatez: a mulher que fez
12. chico buarque de hollanda vai à copa de 2006
13. cidade



Um e meio (2010)

01. coquetismo
02. dois camelos sem assunto ou meu primo coreano
03. rua A
04. o varal esquecido no varal
05. mastigar
06. passatempo
07. desagrados e flores
08. simpósio latinoamericano de neurologia
09. eu aqui por enquanto
10. enquanto isso no salvador
11. pero no mucho
12. desencontro
13. gosto na boca
14. mudança de pobre



outro modo de dizer/ tudo atravessa o nada/e o que faz acontecer/ambigüidade estabanada/ quero tropeçar em erros, acertos acidentais/ antagonizar discursos, sujeitos transcendentais


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